quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Porque esta noite o Silêncio está tão alto.






Já há muito que o vento não te vai falar de mim.

Já há muito que a Lua deixou de nos emprestar a sua sombra cúmplice.

Por aqui hoje só o silêncio.
Alto demais.

Os pássaros roçam os meus pensamentos naquele que é o seu último voo desta noite.

Imediatamente antes da escuridão se tornar demasiado espessa.

Milhões de pontos feitos da ausência de luz.

Assim como tu agora.
Todo. Inteiro. Feito da ausência de mim.



         


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

You Should Have Come Over









Não sei o nome desta noite.

E aposto que é por tua causa.

Desalinhas-me as coordenadas interiores e, em vez de me perder, encontro-me.

Os  teus dedos acentuam-me os contornos da alma.

E enquanto me afagas os cabelos eu embrenho-me nas tuas mãos, que já não são as tuas mãos, porque é insustentável continuarmos a ser dois e, por isso, os teus braços subitamente também fios do meu cabelo.
  
E enquanto sou um prolongamento de ti, com os cabelos desalinhados, a lua confessa-me que esta noite se chama Saudade.



segunda-feira, 30 de julho de 2012



Com os gestos de sempre levantou-se e cumpriu a rotina da manhã.
No chuveiro deixou que a saudade a banhasse, talvez mais por dentro do que por fora.
Vestiu-se como de costume, com o amor que tinha para dar, e a roupa sobrava-lhe no corpo.
Como o amor.
O pequeno almoço de ausência tomado apenas porque sim.
E, no entanto, a vida a acontecer.
Mas o "Bom dia" automático e metálico ao bater na porta do elevador.
E o eco ensurdecedor do mundo inteiro no "Bom dia" que nunca chegou como resposta.



 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

All that is done is forgiven.

 
 
TUDO.
 
 
 

segunda-feira, 16 de abril de 2012



Hoje gostava de conseguir escrever.

Mas não consigo sequer que a tristeza me encha de beleza as palavras.

Pensava mesmo que tinhas sido sempre capaz de ver e entender a verdade e o tamanho do meu amor.



 

sexta-feira, 23 de março de 2012

[ ALL IN ]




O dia começou com um "flop" de saudades e recordações, e a "big blind" a pagar era a aceitação de que tudo mudou.

Fiz "check", mas a realidade não me deu tréguas e fez "raise".
Dei "call".

O "turn" revelou uma carta inesperada e provocou um turbilhão de dúvidas e incertezas. A tentação de arriscar e continuar a jogar, ou a opção mais racional de fazer "fold"?

E se, depois de desistir, um "full house" de palavras ternas e de abraços perdidos?
Decidi que o "pot" fazia valer a pena o risco.

Com a chegada da noite desvenda-se o "river".
Esboço qualquer coisa parecida com um sorriso, afasto as fichas em direcção ao centro da mesa e, ainda antes da madrugada...
... estou ALL IN.





  

sexta-feira, 9 de março de 2012

At least we tried.




Os sorrisos.
Os teus sorrisos.
Os nossos sorrisos.

(...)

Ver-te sorrir para mim sem ser numa fotografia.
É isso que torna insuportáveis estas saudades hoje.



 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Nobody knows. Nobody sees. Nobody but me.




Ninguém mais conhece este silêncio cheio de ruídos banais que torna tão consciente o facto de não estares aqui.

Ninguém vê as coisas comuns que continuam a acontecer e que materializam a tua ausência nos meus dias.

Ninguém sabe deste medo tão grande que paralisa, que se entranha na pele e ocupa o espaço todo do vazio que ficou.

Ninguém entende esta assimetria na alma que me divide entre a certeza de que não há mais nada a dizer... e a vontade parva de te dizer tudo o que já sabes outra vez.

Ninguém sabe. Ninguém a não ser eu.
E tu... Sim. Talvez tu.

Tu. Que adormeces agora, todas as noites, cada vez mais longe de mim.




terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

And time goes by so slowly...




Foi a última vez que ela deu tudo.

Sabia-o agora sem a menor dúvida. 

Esbarrou naquele pensamento, naquela frase,

( Foi a última vez que eu dei tudo ),

como se fosse uma parede intransponível.

Ás vezes é assim.

Os pensamentos não têm portas para abrir que permitam atravessá-los.

Não há saídas, nem espaços à volta das palavras para contornar.

E fica só o tempo a passar.



 

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Pode o céu ser tão longe?...




" Vesti a luz do teu nome
E chamei-te pela noite
Entraste no meu sono
Como o luar entra na fonte
Trazes histórias e proezas
Dizes que tens tanto pra me dar
Deixas sombras, incertezas
E partes sem nunca me levar

E de repente

Um mar sozinho
Ninguém na margem
Ninguém no caminho
Tão frio
E o teu beijo
Mata-me a distância
Ninguém tão perto
Pode o que o beijo alcança
E o meu corpo chora
Quando o teu vai embora
Porque o teu mundo
É tão longe

Tão longe
Pode o céu ser tão longe

Tão longe
Tão longe
Se a tua voz vive em mim... "