quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Coisas que Sei





Como o frio que se vai infiltrando em tudo, mais visível na névoa dos pensamentos do que sentido nos corpos.

Como a confusão que faz ser-se muito feliz, por não se saber ser mais nada a seguir.

Os sorrisos. Ah, os sorrisos... essa espécie desvalorizada de tesouros que apenas num segundo faz com que tudo volte a valer a pena.

Como as tempestades, e o vento, e a chuva, e as trovoadas que não queremos ouvir porque de repente parecem muitas portas a fechar-se ao mesmo tempo. E temos medo. Talvez faça lembrar o som da solidão. Mesmo daquela que achamos que sabe bem, que é estranha amiga.

Que não quero cair. Mesmo quando não consigo salvar-me dos meus demónios. Não posso cair. São algumas as vezes em que não sei salvar-me.

Sei também que ontem a noite, apesar de gelada, estava incrivelmente bela. Uma lua gigante a certificar-se de que afinal ainda há destinos. Cúmplice cintilante de todas as nossas histórias.

Como hoje estou tão feliz que parece quase tristeza. Como tudo o que é realmente intenso.

E o frio. Lá fora. À minha espera.
E tu... Irei sempre ao teu encontro.

São só coisas minhas. Que aqui converso contigo. Só coisas que sei.