E se eu te dissesse que toda esta noite o meu sonho foi um extenso areal sedoso, o desejo a perder de vista?...
Sombras de corpos rendidos ao prazer desenhadas pelos reflexos brilhantes da lua.
Os meus seios feitos dunas numa erupção intensa moldada pela memória das tuas mãos...
O vento a suspirar comigo, num gemido compassado de deleite...
O nu do meu corpo a confundir-se com a areia, em movimentos lentos, enquanto os meus olhos fechados preenchem o espaço vazio com a textura quente da tua pele...
O mar numa dança furiosa e carnal a inundar-me muito mais do que o sonho... a transformar-se no teu toque... a ser de repente a tua boca que me invade ternamente...
E os meus lábios subitamente encharcados... água docemente selvagem...
Respiração ofegante.
A brisa leva-me as palavras que, insana, te murmuro.
A vontade ainda por saciar.
O pensamento num espasmo orgásmico de antecipação do prazer...
E este sabor a nós que ficou impregnado em mim desde que acordei.
Estranha sensação de ter sido outra vez tua esta noite.
Selvaticamente.
Sem tu o saberes.
14 comentários:
Muito bom! Mesmo!
Penso que é a primeira vez que passo por aqui. Hei-de voltar...
:)
Adorei a sensualidade que consegues transmitir na tua forma de escrever.
Pelo menos deste lado do ecrã a respiração também acelerou!
Excelente.
há noites assim.... mas nem todos conseguimos transmitir essa sensação como tu... mansamente erótico...selváticamente desejável este teu monólogo...
obrigado por partilhares... e nos lembrares que as coisas boas também se podem esvrever, pra nunca mais esquecer mesmo...
Simplesmente:
F A B U L O S O!
Adorei!
Beijo Meu
Este foi forte! Uma faceta da tua escrita que eu ainda não conhecia. Como sempre, gostei de te ler.
Beijos
Porque sonhaste o meu sonho.
Porque língua de fogo soçobrada
nas águas ardi no medronho.
E ébrio, vento manso - Ó! mulher amada -,
encrespei-te a pele. Que teu túrgido peito
eram dunas de mel. Uns lábios favo,
outros enseada por onde mavioso sibilava.
Não estavas só. Anelantes, do lusco-fusco
à alvorada, encharcámo-nos em marés vivas.
A Lua abençoou as águas mornas espargidas.
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semelokertes marchimundui
Querida Cláudia
E depois acordamos... :)
Um beijo
Daniel
Diz-lhe...
Feliz ano novo, linda!
www.eternamente-poeta.blogspot.com
Visita
Gostei do que li por estes lados;)
Beijinho
Pela experiência recente...
talvez devesses dizer-lhe.
Já não visitava o blog há muito tempo. Continua bom. =)
*
q intensidade... :)
bj
Gostava que, um dia, alguém escrevessse uma "merda destas" para mim... Só porque sim!
Gostava...
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