domingo, 29 de novembro de 2009

Horizonte(s)






De que adianta questionar-me novamente?
Pensar e repensar sobre tudo, se a vida tem apresentado uma terrível falta de criatividade e insiste em mostrar-me só aquilo que se repete?

Talvez seja isso.
Enganei-me ao acreditar que a vida tem sempre muito mais imaginação do que nós.


É urgente ver um horizonte. De linhas bem definidas.
Meu. Não volátil.
Para dobrar pelas vincas já marcadas no papel.
E relembrar. Todos os dias.
 



5 comentários:

Sandra disse...

Ás vezes o horizonte de que precisamos já está à nossa frente há bastante tempo, mas não o reconhecemos como tal.

Temos tendência a dar-lhe mais valor quando deixamos de o ver.

Pedro Branco disse...

O meu poema maior é o horizonte
Pedaços de vento e sangue quente
Que de mim jorram como fonte
Ao encontro da foz como corrente

O meu vazio, em fogo e saudade
Deixa-me os silêncios em grito
E assim me perco sem nó nem idade
E assim me quedo, solto e aflito

O meu sangue, dor da minha voz
Calada num sorriso ou numa ponte
Essa, que nos faz querer morrer sós
Sempre que de novo procuramos o horizonte...

RAM disse...

Aquilo em que estou a pensar certamente te parecerá um lugar-comum. Contudo, não são os horizontes, por definição, aquilo que se estende à frente dos nossos olhos à medida que caminhamos? Uma espécie de futuro revelando-se lentamente?
No dia em que alcançares um horizonte de "linhas bem definidas", "que possas dobrar pelas vincas já marcadas no papel" não será isso um sinal de que simplesmente paraste e guardas o passado, quando deverias projectar o futuro?!
Fica bem.

Daniel Aladiah disse...

Querida Cláudia
Há quem chame a essas repetições, karma... Não deixo de lutar contra ele...
Um beijo
Daniel

Hélder disse...

Olá Cláudia,

Parei por aqui e ainda bem que o fiz, gostei muito de te ler.

Fazes uma excelente descrição de algo porque todos passamos. A experiência diz-me que, normalmente, a culpa é nossa e não da vida. Se andarmos às voltas no mesmo lugar, é normal que nada de novo apareça. Se estamos a olhar para os pés, como veremos o horizonte?

Beijinhos.