domingo, 13 de dezembro de 2009

Águas Selvagens






E se eu te dissesse que toda esta noite o meu sonho foi um extenso areal sedoso, o desejo a perder de vista?...
Sombras de corpos rendidos ao prazer desenhadas pelos reflexos brilhantes da lua.


Os meus seios feitos dunas numa erupção intensa moldada pela memória das tuas mãos...

O vento a suspirar comigo, num gemido compassado de deleite...

O nu do meu corpo a confundir-se com a areia, em movimentos lentos, enquanto os meus olhos fechados preenchem o espaço vazio com a textura quente da tua pele...

O mar numa dança furiosa e carnal a inundar-me muito mais do que o sonho... a transformar-se no teu toque... a ser de repente a tua boca que me invade ternamente...


E os meus lábios subitamente encharcados... água docemente selvagem...

Respiração ofegante.
A brisa leva-me as palavras que, insana, te murmuro.

A vontade ainda por saciar.
O pensamento num espasmo orgásmico de antecipação do prazer...


E este sabor a nós que ficou impregnado em mim desde que acordei.
Estranha sensação de ter sido outra vez tua esta noite.
Selvaticamente.

Sem tu o saberes.




14 comentários:

Maria disse...

Muito bom! Mesmo!
Penso que é a primeira vez que passo por aqui. Hei-de voltar...

:)

Phantom disse...

Adorei a sensualidade que consegues transmitir na tua forma de escrever.
Pelo menos deste lado do ecrã a respiração também acelerou!

Excelente.

Malu disse...

há noites assim.... mas nem todos conseguimos transmitir essa sensação como tu... mansamente erótico...selváticamente desejável este teu monólogo...

obrigado por partilhares... e nos lembrares que as coisas boas também se podem esvrever, pra nunca mais esquecer mesmo...

Malu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Brain disse...

Simplesmente:
F A B U L O S O!

Adorei!

Beijo Meu

ruth ministro disse...

Este foi forte! Uma faceta da tua escrita que eu ainda não conhecia. Como sempre, gostei de te ler.

Beijos

Sr. Luís disse...

Porque sonhaste o meu sonho.
Porque língua de fogo soçobrada
nas águas ardi no medronho.

E ébrio, vento manso - Ó! mulher amada -,
encrespei-te a pele. Que teu túrgido peito
eram dunas de mel. Uns lábios favo,
outros enseada por onde mavioso sibilava.

Não estavas só. Anelantes, do lusco-fusco
à alvorada, encharcámo-nos em marés vivas.
A Lua abençoou as águas mornas espargidas.

Anónimo disse...

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Daniel Aladiah disse...

Querida Cláudia
E depois acordamos... :)
Um beijo
Daniel

Rosa disse...

Diz-lhe...

Feliz ano novo, linda!

Nuno Ribeiro disse...

www.eternamente-poeta.blogspot.com
Visita
Gostei do que li por estes lados;)
Beijinho

Rafael disse...

Pela experiência recente...
talvez devesses dizer-lhe.

Já não visitava o blog há muito tempo. Continua bom. =)

*

eudesaltosaltos disse...

q intensidade... :)

bj

MC disse...

Gostava que, um dia, alguém escrevessse uma "merda destas" para mim... Só porque sim!

Gostava...