terça-feira, 1 de junho de 2010

Boats against the current



Só uma interrogação. Apenas uma. E no entanto a resposta seria suficiente para definir tudo. Seja lá o que isso for. Tudo.
Dantes era assim que eu dizia. Era assim que eu pensava. Era assim que eu sentia:

O teu silêncio soa a dezenas de portas que se fecham, uma a uma. Um eco que embate nas paredes frias do meu imenso medo de já não te ter.
E que se prolonga até eu ter a certeza que é esse o ruído de tu já não estares aqui.

Já não é assim agora. 
O medo? Foi arrastado há muito pelas ondas de um oceano que vive dentro de mim e que eu desconhecia.
Agora ficou só a interrogação. Sem receios. Só a necessidade de qualquer coisa mais parecida com uma certeza.
Uma maré mais calma, que me empreste a sua cama de ondular suave para descansar e da sua espuma me faça sonhos.
Só isso.
Nada mais.
Não ser mais um barco contra a corrente do teu mar.


6 comentários:

Gothicum disse...

como se costuma dizer...
"há mar e mar...."

se esse não presta banha-te noutro


abraço

Carlos disse...

Os teus dedos devem ganhar a forma de poesia enquanto escreves.
É mais um texto lindíssimo Claudia.

E também adorei a imagem. Como sempre, escolhes tudo numa harmonia perfeita.

Anónimo disse...

"if you don't ask the answer is always no..."

fica bem.

Silent Words disse...

bonito!

Brain disse...

Cláudia,

Já há algum tempo que te acompanho,
como sabes,
E a melhoria
O refinamento
O próprio sentido
da tua escrita,
tem vindo a m-e-l-h-o-r-a-r
sempre
em crescendum!

Parabéns!

Beijo Meu

... a cada instante ... disse...

O teu texto faz-me lembrar um frase que li por aí "Hoje sou mais Eu do que Nós!"

E sabes, o Medo também se afoga no bailoiçar das marés.

Abraço e parabéns pelo texto.