Só uma interrogação. Apenas uma. E no entanto a resposta seria suficiente para definir tudo. Seja lá o que isso for. Tudo.
Dantes era assim que eu dizia. Era assim que eu pensava. Era assim que eu sentia:
O teu silêncio soa a dezenas de portas que se fecham, uma a uma. Um eco que embate nas paredes frias do meu imenso medo de já não te ter.
E que se prolonga até eu ter a certeza que é esse o ruído de tu já não estares aqui.
Já não é assim agora.
O medo? Foi arrastado há muito pelas ondas de um oceano que vive dentro de mim e que eu desconhecia.
Agora ficou só a interrogação. Sem receios. Só a necessidade de qualquer coisa mais parecida com uma certeza.
Uma maré mais calma, que me empreste a sua cama de ondular suave para descansar e da sua espuma me faça sonhos.
Só isso.
Nada mais.
Não ser mais um barco contra a corrente do teu mar.
6 comentários:
como se costuma dizer...
"há mar e mar...."
se esse não presta banha-te noutro
abraço
Os teus dedos devem ganhar a forma de poesia enquanto escreves.
É mais um texto lindíssimo Claudia.
E também adorei a imagem. Como sempre, escolhes tudo numa harmonia perfeita.
"if you don't ask the answer is always no..."
fica bem.
bonito!
Cláudia,
Já há algum tempo que te acompanho,
como sabes,
E a melhoria
O refinamento
O próprio sentido
da tua escrita,
tem vindo a m-e-l-h-o-r-a-r
sempre
em crescendum!
Parabéns!
Beijo Meu
O teu texto faz-me lembrar um frase que li por aí "Hoje sou mais Eu do que Nós!"
E sabes, o Medo também se afoga no bailoiçar das marés.
Abraço e parabéns pelo texto.
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