terça-feira, 22 de junho de 2010

Está tanto vento...




Tantos ventos que me tocam a pele.
Uns são de hoje ou de ainda ontem.
Outros são já só ventos da memória. Mas não se sentem menos por causa disso.
E revolvem tudo à sua passagem.
Brisas antigas que escaparam ardilosamente da palavra "passado" e se fazem presentes.

E o vento cerca-me. E o vento prende-me. E o vento abraça-me.
Estranha compreensão essa, do tempo em relação aos ventos.
Prolonga-os num contínuo que só a nós escapa.
Porque nós concebemos a palavra Fim.
Mas o tempo não.


 

7 comentários:

Carlos disse...

Posso dizer?

G E N I A L !

F A N T Á S T I C O !

Dizes tudo, aliás... como sempre.

Um beijo.

tiago disse...

Gosto muito do texto, escreves sempre muito bem.

Sandra disse...

Conheço bem esses ventos.
Ás vezes estão mais dentro de nós do que fora.

Espero que tenhas tido uma divertida noite de S. João.
Beijinhos.

Gothicum disse...

bons são os ventos de mudança...

abraço

ruth ministro disse...

Tinha saudades das palavras que aqui se encontram...

Beijos

marta filipa disse...

Oh é sempre bom saber que alguém gosta do meu blog e de passar por lá todos os dias :D

Sara S. disse...

"Porque nós concebemos a palavra Fim.
Mas o tempo não."
Não há melhor definição para explicar o efeito das memórias, das recordações no momento em que vêm ao de cimo.
É uma perfeita percepção do que sucede.
Bjs