A voz dele chegou-lhe suave do outro lado da linha. Do outro lado do amor.
Foi no dia da mesma manhã em que a água lhe pareceu mais fria. Mais áspera a cair na pele nua que as suas mãos apertam na tentativa de reencontrar a sensação das dele. As dele. Que tacteiam agora coisas diferentes, coisas que ela não conhece. Do outro lado da paixão.
A voz dele fez com que ela percorresse outra vez todos os caminhos interiores que conduzem inevitavelmente aquela ternura tão forte que faz chorar. Aquela ternura que se sente poucas vezes numa vida. Do mesmo lado do amor.
Roteiros interiores de estradas humedecidas por lágrimas que ela já não sabe chorar. As que chora agora são diferentes. Não chegam a secar. Ele não está lá para as afastar.
Mas mesmo do outro lado da linha ela sente-lhe o carinho no olhar.
Quase adivinha o sorriso sincero no encontro das duas vozes. Aquele sorriso que gostava de poder guardar em qualquer sítio mais especial do que a simples memória. Do outro lado da vida.
Ela não conseguiu dizer-lhe tudo. Tentou, mas sabe que nunca se consegue dizer tudo.
Ás vezes, como uma criança, atira-se para cima da cama ao som de uma música antiga, e deixa-se ficar a imaginar que ele sabe. Que ele sabe tudo o que ela sente. E que acredita. Do outro lado do sonho.
Custou-lhe lembrar-se que a voz dele ia continuar depois de pousar o auscultador. Não para ela. Mas do outro lado da linha. Confortou-se com a suavidade que durante uns minutos a acariciou. Não foi sempre a voz dele uma carícia?... Do outro lado do tempo.
Ficou em silêncio. Fechou os olhos e deixou-se viajar.
Por espaços e recordações e sítios que não conhecem longe nem perto.
O auscultador suspenso na mão. Como se fosse só mais uma frase, como se fosse só mais um beijo. Suspensos...
Todo o amor que ela sente por ele. Aqui. Como uma brisa. Do outro lado de Mim.
Foi no dia da mesma manhã em que a água lhe pareceu mais fria. Mais áspera a cair na pele nua que as suas mãos apertam na tentativa de reencontrar a sensação das dele. As dele. Que tacteiam agora coisas diferentes, coisas que ela não conhece. Do outro lado da paixão.
A voz dele fez com que ela percorresse outra vez todos os caminhos interiores que conduzem inevitavelmente aquela ternura tão forte que faz chorar. Aquela ternura que se sente poucas vezes numa vida. Do mesmo lado do amor.
Roteiros interiores de estradas humedecidas por lágrimas que ela já não sabe chorar. As que chora agora são diferentes. Não chegam a secar. Ele não está lá para as afastar.
Mas mesmo do outro lado da linha ela sente-lhe o carinho no olhar.
Quase adivinha o sorriso sincero no encontro das duas vozes. Aquele sorriso que gostava de poder guardar em qualquer sítio mais especial do que a simples memória. Do outro lado da vida.
Ela não conseguiu dizer-lhe tudo. Tentou, mas sabe que nunca se consegue dizer tudo.
Ás vezes, como uma criança, atira-se para cima da cama ao som de uma música antiga, e deixa-se ficar a imaginar que ele sabe. Que ele sabe tudo o que ela sente. E que acredita. Do outro lado do sonho.
Custou-lhe lembrar-se que a voz dele ia continuar depois de pousar o auscultador. Não para ela. Mas do outro lado da linha. Confortou-se com a suavidade que durante uns minutos a acariciou. Não foi sempre a voz dele uma carícia?... Do outro lado do tempo.
Ficou em silêncio. Fechou os olhos e deixou-se viajar.
Por espaços e recordações e sítios que não conhecem longe nem perto.
O auscultador suspenso na mão. Como se fosse só mais uma frase, como se fosse só mais um beijo. Suspensos...
Todo o amor que ela sente por ele. Aqui. Como uma brisa. Do outro lado de Mim.
18 comentários:
Começar tudo de novo, como se de uma nova vida se trata-se. Uma vida sem sentido, sem razão e sem lógica. Sem continuidade! Esse outro lado da linha da vida e do tempo sem uma explicaçao... Continuo em queda livre e só consigo avistar espaço vazio ao meu redor. Adoro tudo o que tu escreves, é lindo. beijo §
O teu talento para a escrita parece não parar de crescer.
Não tem fim a tua capacidade de mexer connosco através das palavras.
Que texto belíssimo! Absolutamente viciante.
Do outro lado, ás vezes, encontra-se aquilo que o nosso coração esconde.
Ás vezes sonhos permanentes, outras planicíes de amargura.
...perfeito na forma...pleno de si na substância...é já mais do que o que escreveu...é já todo um mundo próprio, Aqui deste lado....
isto escrito assim, com a marca desta data, faz parar tudo do meu lado. como se fosse 20 de abril para sempre. às vezes acordo e penso que o meu sonho é mesmo esse.
tive de conter as lágrimas mas adorei cada palavra.
beijo* :)
belissimo texto.
Parabens , muito bom.
Maurizio
Eu também nunca consigo dizer-lhe tudo... quando TUDO é exactamente o que tenho para lhe dizer...bjs
Querida Cláudia
A sensação mais maravilhosa do mundo: o amor!
Um beijo
Daniel
Há coisas que não precisam de ser ditas, porque se sentem...
=)
beijinho*
parabens esta muito bom o teu texto..
KISS
eu poderia achar este texto bonito, mas o que ele transparece nao me faz vê-lo assim. Prefiro a beleza de outros textos teus, onde o riso era notório.
Estou sempre por perto, querida.
Fica bem.
Beijinhos grandes pra ti.
MUITO BOM!
Beijo
Obrigada pelas boas-vindas. Shiuuu, é segredo. Gosto do meu anonimato...
Maravilhoso este texto. Cada vez que aqui venho, surpreendes-me... :)
Beijos
lindo....
Adorei o blog
Um beijinho
Blog fantastico :)
Beijinho
Já li e reli o texto e acho que se pode sempre considerar que ele é belíssimo. Tão sincero, tão profundo!... Embora desprovido de esperança e alegria. Ânimo. Boa semana.
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