Hoje escrevo-te com esta estranha sensação de estar a viver num presente eterno.
Eterno por durar há já tanto tempo.
Eterno por ser já tão conhecido.
Eterno por ser, mesmo assim, ainda tão imprevisível...
Hoje escrevo-te perfeitamente consciente da violência das escolhas que têm que ser feitas. Porque sei que toda a escolha é uma renúncia. Toda a decisão é o recusar definitivo de qualquer outra possibilidade.
Hoje escrevo-te, mais uma vez...
Talvez porque hoje eu já saiba que toda a posse implica um renunciar aos objectos que não possuímos.