Há muito que a cadeira está vazia.
Há muito que ela deixou de lá se sentar.
Ficaram lá debaixo os sonhos enterrados, as melodias de sempre a serem empurradas bem para o fundo.
Sem o molde do corpo dela, ficou só a cadeira, a sufocar qualquer coisa que a vida se foi esquecendo de ser.
Antes ela sentava-se ali todos os dias. E esperava. Havia sempre algo por que valia a pena esperar. Porque ainda não lhe tinham dito a verdade. E então ela acreditava, talvez porque o céu fosse quase sempre azul e o mar lhe fizesse prova de confiança de cada vez que lhe vinha beijar os pés.
Mas há muito que a cadeira está vazia agora.
Nota-se talvez na própria paisagem repleta do cinzento da ausência, e cheia de um nada por que ela pudesse esperar.
Foi exactamente ali que ela se desiludiu. Com ela mesma, com os outros, com as esperas em vão e até com o próprio mar que ás vezes se esquecia de a vir acariciar. E era sempre tão pouco o que ela esperava.
Muitas vezes apenas que os outros soubessem compreender e receber o que ela tinha para dar. Porque questionava-se frequentemente o que fazer com a ternura que tinha para dar...
Penso que fazemos isso quando o espaço à nossa volta não a parece conseguir conter. E isso entristecia-a. E fazia com que abandonasse a cadeira em que costumava sentar-se.
Cansou-se de estar ali. A cadeira abandonada confundiu-se com o cenário. Os dias foram deixando de se lembrar das coisas pequeninas, das aparentes insignificâncias. Aquelas pelas quais ela se sentava e esperava.
Agora não. Não vale a pena esperar pelo que ela sabe que não vai chegar. Talvez o lugar na cadeira nunca tenha sido realmente dela. Talvez a vida se tenha mesmo esquecido de acontecer mais vezes.
Foi ela que me contou esta história. Foi assim que a senti. Esperei...
Mas há muito que a cadeira está vazia.
Há muito que ela deixou de lá se sentar.
Ficaram lá debaixo os sonhos enterrados, as melodias de sempre a serem empurradas bem para o fundo.
Sem o molde do corpo dela, ficou só a cadeira, a sufocar qualquer coisa que a vida se foi esquecendo de ser.
Antes ela sentava-se ali todos os dias. E esperava. Havia sempre algo por que valia a pena esperar. Porque ainda não lhe tinham dito a verdade. E então ela acreditava, talvez porque o céu fosse quase sempre azul e o mar lhe fizesse prova de confiança de cada vez que lhe vinha beijar os pés.
Mas há muito que a cadeira está vazia agora.
Nota-se talvez na própria paisagem repleta do cinzento da ausência, e cheia de um nada por que ela pudesse esperar.
Foi exactamente ali que ela se desiludiu. Com ela mesma, com os outros, com as esperas em vão e até com o próprio mar que ás vezes se esquecia de a vir acariciar. E era sempre tão pouco o que ela esperava.
Muitas vezes apenas que os outros soubessem compreender e receber o que ela tinha para dar. Porque questionava-se frequentemente o que fazer com a ternura que tinha para dar...
Penso que fazemos isso quando o espaço à nossa volta não a parece conseguir conter. E isso entristecia-a. E fazia com que abandonasse a cadeira em que costumava sentar-se.
Cansou-se de estar ali. A cadeira abandonada confundiu-se com o cenário. Os dias foram deixando de se lembrar das coisas pequeninas, das aparentes insignificâncias. Aquelas pelas quais ela se sentava e esperava.
Agora não. Não vale a pena esperar pelo que ela sabe que não vai chegar. Talvez o lugar na cadeira nunca tenha sido realmente dela. Talvez a vida se tenha mesmo esquecido de acontecer mais vezes.
Foi ela que me contou esta história. Foi assim que a senti. Esperei...
Mas há muito que a cadeira está vazia.
18 comentários:
Belo post...
Conjugação absolutamente perfeita entre a imagem e as palavras.
Essa história pode ser a de todos nós.
Vai haver sempre alguém para se sentar na cadeira e esperar.
Quantas vezes esperamos, e esperamos, até ao limite, até que por fim nos levantamos, deixando na espera todos os sonhos que não foram realizados.
Um beijinho e, como sempre, um belo texto, com uma bela ilustração :)
Bella Claudia,quantas xz levados no limite n nos apetece desistir!Mas numa coisa acredito,o mar está repleto de riquezas,o dia virá em que ele as irá depositar no nosso colo,be aware...believe...
Claudia
as cadeiras vazias são sempre um convite... para que alguem se sente...
e que a espera seja sempre agitada...rsrsrs
kiss
"...o que fazer com a ternura que tinha para dar"... o eterno dilema humano.
Derreto-me contigo. ;)
há que esperar mais ...
desistir n me parece boa ideia...
:)
nice blog :)
Belíssimo texto!
Fiquei enebriada com tuas palavras.
Parabéns pelo blog.
Muito bons os teus textos, adorei ler.
Bjs
Nunca esperar, mas desejar...
Gostei de ler. Muito.
Muito bonito.
Um beijo
Por vezes temos que encontrar uma nova cadeira. Uma nova forma de sentir.
Voltarei.
Bjs
Fizeste me pensar na cadeira em que estou sentado e na que gostaria de estar..todavia terei que me levantar até chegar a essa nova cadeira e no caminho posso pensar porque é que nao tinha deixado de esperar mais cedo para mudar?
obrigado pela partilha
Pedindo antecipadas desculpas pela “invasão” e alguma usurpação de espaço, gostaríamos de deixar o convite para uma visita a este Espaço que irá agitar as águas da Passividade Portuguesa...
Querida Cláudia
A nostalgia na metáfora de uma cadeira, que não é ela, mas a representa... vazia.
Um beijo
Daniel
Olá
Parece triste esta tua espera por algo que não acontece, a espera por alguém que tarda em vir...
Como te entendo...
Mas podes sempre procurar outras formas de dar toda a ternura que tens...
Beijito em ti
fiquei ou fico na dúvida: sento-me ou empurro a cadeira e bruuum barulho. acho interessante q pralém d escreveres bem tens mts a comentar, cheguei cá por acaso atrás de jorge palma: uma paixão comum. mas sinto q nos podemos dar bem, embora sinta-me um chato da net. como fazer pa entrar em contacto ctg? deixo o blogg:www.brincadeirices.blogspot.com e o nº de tele, pra k? n posso falar. estranho este gajo, engate vulgar e baarato, o mail? josembelo@gmail.com mi liga vai?este gajo teve um acidente de carro em nov de há 2 anos dia 23 e tem um tce - traumatismo crânio.encefálico e no www.enchamostudodefuturos.blogspot.com podes actualizar-te melhor sobre o q é. abrs
Há muito que ela não se senta nessa cadeira...ao pé de mim.
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