A voz do locutor de rádio chega-lhe de longe, como se ainda fizesse parte do resto de um sonho que se esqueceu de acabar.
- Durante a manhã as condições são favoráveis à ocorrência de trovoadas...
Percebe que está acordada quando é invadida pela vontade enorme de voltar a fechar os olhos e dormir. Só dormir. É dispensável sonhar...
25 de Março de 2010 e as primeiras notícias do dia...O que lhe interessa a ela o que se passa para lá daquelas paredes que o seu olhar abarca? Se ainda dissessem que o Sol lhe vai explodir dentro do quarto!
Mas nem o mais pequeno indício de luz. Nem o do rádio que, neste momento, ela desliga como se desligasse tudo o que nela ainda resta de esperança. Ou expectativa. Ou promessa. Já não se lembra como se diz, quanto mais como se sente...
Mas há uma coisa que ela sabe. Talvez seja só essa. Mas sabe-a sem suspeita. Com uma fé inabalável.
Que não importa quantas manhãs ainda vão nascer. Quantos dias ainda vão acontecer. Quantas noites vão acabar.
Não interessa se é um fragmento de um segundo ou antes uma eternidade que ainda falta até ao fim...
Mas ela sabe que tudo fica sempre por dizer. Tudo fica por fazer. O amor todo por acontecer. A verdade... toda por acreditar.
E então, ao som do primeiro trovão, encolhe-se e aconchega-se no seu desalento.
Talvez assim a vida se lembre de a esquecer.
25 de Março de 2010 e as primeiras notícias do dia...O que lhe interessa a ela o que se passa para lá daquelas paredes que o seu olhar abarca? Se ainda dissessem que o Sol lhe vai explodir dentro do quarto!
Mas nem o mais pequeno indício de luz. Nem o do rádio que, neste momento, ela desliga como se desligasse tudo o que nela ainda resta de esperança. Ou expectativa. Ou promessa. Já não se lembra como se diz, quanto mais como se sente...
Mas há uma coisa que ela sabe. Talvez seja só essa. Mas sabe-a sem suspeita. Com uma fé inabalável.
Que não importa quantas manhãs ainda vão nascer. Quantos dias ainda vão acontecer. Quantas noites vão acabar.
Não interessa se é um fragmento de um segundo ou antes uma eternidade que ainda falta até ao fim...
Mas ela sabe que tudo fica sempre por dizer. Tudo fica por fazer. O amor todo por acontecer. A verdade... toda por acreditar.
E então, ao som do primeiro trovão, encolhe-se e aconchega-se no seu desalento.
Talvez assim a vida se lembre de a esquecer.