domingo, 15 de março de 2009

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Ás vezes não pensar é uma questão de sobrevivência.
Tento não pensar. Mas dói-me tanto o silêncio.
E este vazio que é tão pesado e tão cheio de imagens às quais já não sei dar sentido.

Perdi-me no caminho e já não sei se me lembro das minhas promessas.
Vou lá fora procurar qualquer coisa que não seja esta ausência de ti, mas é de noite. E todas as noites eram nossas.
Fujo para dentro de mim. Mas é precisamente lá onde mais estás.

Não tenho conseguido descodificar os dias. Movo-me por instinto e fico à espera que as horas acabem por se cansar mais do que eu e decidam deixar de existir.
Sento-me sozinha em espaços que ainda têm pedaços de nós e dou por mim a pedir que me deixem chorar. Só mais um bocadinho... Para ver se acordo ou se passa a culpa por não ter sabido desenhar um sorriso feliz no teu rosto todos os dias.

São 22h43m. Há muito que a escuridão se instalou. Ouço ao longe o barulho do mundo, da vida a acontecer. Lá fora, onde as estrelas estão demasiado altas.
Os meus olhos ardem.

Sinto-Me tão longe de mim.

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