quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Devaneios de um sonho mau





Esta noite fiquei prisioneira de sonhos corrompidos, e ainda não te disse.

Sonhos de medo, em que há fim e limites. Coisas que nos ensinam que não cabem nos sonhos.

Detida e reclusa dos meus próprios receios. Cativa das minhas dúvidas, hesitações e incertezas. Todas em tons graduais de escuridão.

Mas ainda não te disse, pois não? Como no meu sonho mau, os meus sonhos acabaram. Porque tu já não estavas lá para me dizer frases lindas que falam de futuros nossos, para me dizer frases belas que consubstanciam o desejo e a vontade de um "amanhã".

Tentei ouvir.
Mas era o silêncio.
Tentei olhar.
Mas era o vazio.

A noite ficou pesada e compacta, habitada por uma alma obscura. Como o meu corpo derrotado pelos devaneios tristes de um sono perturbador.

Acordei numa angústia rápida de reencontrar a realidade. Aquela em que te encontro, mesmo que não te procure, porque vives fundo em mim.
Acordei na ânsia de poder libertar-me do meu próprio pensamento. Estranho. Enclausurador.

Encontrei este sol, esta luz. Ficaram ainda as esquinas turvas dos receios que durante a noite viveram comigo. Dissolver-se-ão certamente com o passar gradual das horas do dia.

E eu ainda não te disse... Que tive um sonho perigoso...
Que foi só um sonho.
Apenas devaneios de um sonho mau.
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(Foi assim,... não foi?)