quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Até amanhã...




Ontem dei por mim no escuro quente da minha cama a procurar a tua mão como quem anseia por um porto seguro.

Onde estás agora para que eu possa perder-me novamente de ti, só para voltar a ter o que encontrar?

Às vezes questiono-me se também conhecerás esta dor de querer muito regressar a um tempo que já não se sabe onde está. Que já não se sabe onde fica. Um tempo que nos foi roubado por coordenadas egoístas que o aprisionam num ponto para nós já indeterminado.

Já provaste essa angústia de não poder voltar ao indefinido que ficou para trás?

Não sei. Mas espera... Deixa-me dizer-te outra coisa.

Sabes que gosto de ti como de mais ninguém, não sabes?

E que era precisamente isso que as minhas mãos te iam dizer se tivessem encontrado a tua.

Ontem dei por mim no escuro quente do meu corpo a querer dizer-te coisas. Como estas. Sem importância. Só coisas pequeninas, amor.

Deixa. Fecha os olhos. Isso... Dorme tranquilo.
Até amanhã.