Não sei o nome desta noite.
E aposto que é por tua causa.
Desalinhas-me as coordenadas interiores e, em vez de me
perder, encontro-me.
Os teus dedos
acentuam-me os contornos da alma.
E enquanto me afagas os cabelos eu embrenho-me nas tuas mãos,
que já não são as tuas mãos, porque é insustentável continuarmos a ser dois e,
por isso, os teus braços subitamente também fios do meu cabelo.
E enquanto sou um prolongamento de ti, com os cabelos
desalinhados, a lua confessa-me que esta noite se chama Saudade.