quarta-feira, 27 de setembro de 2006

. . . . . . . Disarm You with a Smile . . . . . . .




Noite invernosa de descanso entrecortado por apressadas imagens doces. Ligeiramente líquidas. Vermelhas escuras... compota de cereja numa manhã feliz.

O tempo passou demasiado depressa. Estremeceu as muralhas construídas com os nossos sorrisos, mas não as desmoronou.
Atenuou algumas cores, acentuou outros tons.

Mas os sorrisos que já aconteceram não se desfiguram.
Ficam. Na forma de uma viagem que podemos sempre fazer. Um itinerário a percorrer.

Um dia hei-de dizer... Um dia já foi assim.

Um dia quase tudo já há-de ter sido assim.



quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Embalada pela Ausência




Houve um dia em que te escrevi uma carta.

Não só de palavras, mas daquelas outras cartas.

As que levam com elas pedaços do vento que já alguma vez nos afagou os cabelos, gotas de uma qualquer chuva que já tocou a nossa pele... melodias de encantar que nos fizeram perto apesar da distância.

Houve um dia em que te escrevi uma carta dessas.

Uma página cheia. A abarrotar de sorrisos assustadoramente felizes e de lágrimas tranquilas e tristes.

Lembro-me de querer que ela te dissesse tudo. Como se isso fosse possível... Mas às vezes eu sou assim. Às vezes ainda acredito.

Curioso... Nunca cheguei a entregar-ta. Trago-a sempre comigo, é certo. Mesmo quando estamos juntos ela continua comigo. Escondo-a. Não a vês. Mas está lá.

Quase todos os dias lhe acrescento algum pormenor. Mais um ângulo de luz, uma cor nova, aquela areia que trouxemos connosco da última vez...

E continuo a querer que ela te diga tudo.

Que nela eu própria seja o relevo das palavras para que me possas tactear. E compreender.

Só não sei como acabar de escrevê-la.

O fundo da página ficou em branco. Espaço vazio.

Não sei acabar de escrever esta carta...