quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Desencontros




Sentei-me.

Fiquei à espera.

Olhei para o relógio como se isso adiantasse alguma coisa.

Mas a nostalgia chegou à hora do costume.

Cumpriu-se a pontualidade da tristeza.

Afinal, era essa a hora marcada para as minhas lágrimas acontecerem.

A asfixia do impossível.

Foi só mais um encontro a que eu não faltei.


terça-feira, 7 de setembro de 2010

... and then the rain started to fall ...




Sempre gostei dos dias de chuva que aparecem inesperadamente no meio do Verão.
Aquela sensação de frio que nos confirma que havemos sempre de precisar do conforto de um abraço. 
Até porque os "Verões" acabam sempre.
Gosto do cheiro da terra molhada, da forma como a água se torna parte integrante da realidade à nossa volta, e nos obriga a olhar de maneira diferente para as coisas de todos os dias.
Gosto do som do eco da água que me chega. Identifico-me com ela, porque a imagino perdida, desencontrada de si, sem perceber o que lhe compete mais fazer aqui para além de se abandonar a esta queda inevitável e contínua...
Também eu me sinto perdida em dias assim.
À espera de compreender melhor porque é que também eu me abandono à queda.

Sempre gostei dos dias de chuva que aparecem inesperadamente no meio do Verão.
Sempre achei que a voz do Mr. Morrison condiz na perfeição com este cinzento do céu que vejo da minha janela.
E fico a ver-me cair, enquanto o ouço dizê-lo em forma de canção...